domingo, 22 de novembro de 2015

Livros e filmes que inspiram!

Hoje fui incentivada a escrever através de três obras: minha mais recente leitura (As memórias da BRUXA ONILDA), o filme Beasts of no nation,produção original do Netflix e dirigido por Cary Fukunaga, e The Good Lie, dirigido por Felipe Falardeau.

Mas o que estes livros e filmes possuem em comum? Além do sentimento de coragem, aprendizagem e nostalgia causados na autora deste texto, também nos fazem refletir sobre a sensibilidade e fragilidade do ser humano.

Livros infantis sempre me encantaram! Além de possuírem belos textos e lindas gravuras nos ensinam, com uma simplicidade ímpar, como enfrentar as durezas da vida de forma sutil e delicada. Quando nos tornamos adultos as coisas não ocorrem deste modo. Infelizmente aprendemos lições após repetir diversas vezes o mesmo erro, sendo que, em algumas oportunidades, este erro compromete alguma parte importante da nossa vida. 

A Bruxa Onilda conta, em suas memórias, todos os preparativos para o seu nascimento, sua aprendizagem para se tornar bruxa, a admiração que tem pela mãe, entre outros. É preciso dizer que a ilustração do livro é encantadora como o texto. 

Não lembro a idade que tinha quando comecei a ler os livros da Bruxa Onilda, porém consigo lembrar as sensações agradáveis proporcionadas pela leitura, sendo que revivi tais sentimentos ao adquirir a obra, na livraria Bamboletras, em Porto Alegre, a qual, diga-se de passagem, é um lugar maravilhoso. Qualquer leitor se sente feliz naquele ambiente. Após um final de semana tumultuado, precisava sentir um pouco de paz e carinho que sabia que o livro me proporcionaria.


Quero ler novamente todas as obras da Bruxa Onilda, Bisa Bia Bisa Bel, A Bolsa Amarela, O Batalhão de Letras, enfim, todos os clássicos infantis! Espero um dia poder compartilhar com meus filhos este amor pela leitura, e que eles possam, depois de muitos anos, ter sentimentos semelhantes aos meus!

Em relação ao filme Beasts of no nation, este conta a história de Agu, que perdeu o pai e o irmão mais velho durante um conflito em algum local da África, foi separado de sua mãe e irmãos e foi compelido a se unir a um grupo de batalha para manter-se vivo. Além de passar por um pesado treinamento militar, absurdamente inadequado para uma criança, ele é compelido a matar, usar drogas, presenciar estupros e outras situações horríveis e decorrestes de uma guerra. O interessante é que em nenhuma oportunidade seus pensamentos se distanciam de sua mãe, sendo que os ensinamentos dela sobre a necessidade de manter a fé estão sempre presentes.


O filme The Good Lie também mostra, no início, os horrores que as crianças vivem em uma guerra, sendo que após demonstra a trajetória destas crianças em um campo de refugiados e como as suas rotinas mudam ao conseguirem vir para os Estados Unidos. A simplicidade, bondade e ingenuidade dos personagens impressiona durante todo o enredo. 


Penso que as crianças deveriam aprender com livros infantis sobre a vida, e não lutando em uma guerra. Fiquei aterrorizada refletindo sobre o fato de que realmente, em algum lugar do mundo, há uma criança sendo submetida a este tipo de tratamento. 

No exercício da minha profissão  presenciei os mais diversos tipos de crueldade aos pequenos. Ontem, ao atender uma cliente muito humilde, vi que sua filha lia um gibi em voz alta muito velho do Tio Patinhas. Perguntei o que ela mais gostava de fazer e a resposta foi rápida: ler! Mas tu gosta de ler o que? Tudo! Eu eu, cansada de trabalhar, desanimada por presenciar tantas situações desesperadoras ao longo do tempo pensei: ainda há esperança!

Não acredito que a leitura, como exercício, pode mudar o mundo, mas pode mudar a condição social daquela criança, pois pode exercer o fascínio do aprendizado e aumentar a sede de conhecimento daquele pequeno ser. Se ela tiver perseverança, vontade e muito estudo, tenho certeza que o mundo daquela menina vai mudar! Sem dúvida o mundo de muitas crianças mudaria!

Em suma, aí está o resultado do poder da leitura: a expansão de horizontes! Disse mais ou menos assim a professora Ruth ao seu aluno no filme The longest ride: -"Você pode ser o que quiser"! E ele foi um astrofísico. Portanto: leiam, protejam, incentivem! Vamos sair do nosso ambiente de conforto e nos permitir imaginar, criar, refletir, enfim, pensar, sendo que todas estas ações são extremamente prazerosas quando temos a imaginação de uma criança!

- E do que eu mais tinha medo era aprender a dirigir uma vassoura! - Disse a Bruxa Onilda. 

domingo, 1 de novembro de 2015

Não é uma prova de amor!
Não, é uma prova de amor!


         Já há tempos, li um texto que dizia algo que a gente realmente só entende depois que um tempo passa, depois que a adolescência passa, e a gente abre os olhos de um modo que nos permite ver o mundo como ele de fato é.
        Mães más é um texto que faz pensar muito sobre atitudes das crianças, e mesmo dos adultos que vemos hoje.
        Eu fui uma criança, e sobre tudo, uma adolescente extremamente maltratada, graças a Deus. Sim, graças a Deus. Porque meus pais me transformaram num ser humano digno de mim, e que sabe se por no lugar das outras pessoas, que sabe respeitar, que sabe ser gente.
        Me lembro claramente de quando eu era criança, que meu pai tinha um preguinho na parede, com um cinto pendurado.
        Lembro perfeitamente de nunca ter apanhado com aquele cinto, até porque bastava o não. Mesmo que rolasse uma birra (porque criança é criança, e adolescente sabe ser pior), bastava um olhar mais sério, uma voz mais firme, e já ficava claro que era melhor nem tentar. "E se quiser chorar chora, que chorar não mata ninguém". "É melhor tu chorar agora que depois eu chorar por ti".
        Eu não entendia isso, não entendia mesmo. Porque eu não podia brincar com meus amigos na rua? Porque eu não podia ir na festa com as minhas amigas?
        Há uns 3 anos, conversando com minhas amigas da adolescência, da época das festas, mas ainda de hoje, elas falaram de alguns percalços que tiveram voltando de festas, e disseram que até se divertiram, mas que sabem dos riscos que correram, e que eu tinha sorte de os meus pais não terem me deixado ir.
        Sorri por dentro, de gratidão, de alegria, de amor. Sorri por dentro no mesmo tanto que chorei por fora quando ouvi: não.


        Tenho ouvido muito ultimamente que, não é o maior ato de amor que um pai e uma mãe podem praticar. E todos os dias vejo algo que demonstra isso. Mas esse é um ato difícil, especialmente porque mães têm que ter paciência para dizer não, para educar.
        Quando uma mãe é má, ela acaba enfrentando um filho mau. Quando diz não, ela acaba se enrascando, se prendendo, tendo que explicar o porquê, tendo que ouvir choro, tendo que ouvir os típicos e dolorosos: "Tu não é minha mãe". "Te odeio". "Tu não gosta de mim". "Eu vou embora". Crianças são cruéis.
        Soube de um caso em que um pai disse para a filha que ela estava de castigo e ela falou que ia ligar para o conselho tutelar e denunciá-lo por maus tratos, ao que ele pegou o telefone, entregou pra ela e disse: liga, liga agora, não deixa pra amanhã. Santo remédio, ela não deu mais um pio.
        Pais, o mundo está de cabeça para baixo porque vocês são mais fracos que seus filhos. Não sejam preguiçosos. Levantem-se, digam não, expliquem a razão, coloquem de castigo. Não de castigo com o celular na mão, ou de castigo na frente da TV. Castigo é castigo, é pra tirar, não pra dar, e a criança tem que saber porque está perdendo o que está perdendo. 
        Pais, saibam que seus filhos não vão te odiar porque não comeram sorvete antes do almoço ou porque não foram naquela festa que "todo mundo vai". Eles vão te amar, porque vão ser saudáveis, íntegros e vão saber, antes que seja tarde, que ninguém é obrigado a brincar do jeito deles. Porque mais cedo ou mais tarde, ele vai ouvir que não, mas se estiver acostumado, as coisas vão ser bem mais fáceis.
        Pais, não importa se eles têm 6 meses ou 16 anos, eles entendem sim o significado da palavra "não", especialmente se você ensinar. Eles não são apenas bons atores, especializados em drama. Eles são mais inteligentes que vocês imaginam.
        Pais, o  mundo não é obrigado. O mundo precisa do seu não. 
        "Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes mães más".